20 abril 2010

Imensidão

Eu sonhava em demasia
nessa vasta fantasia
agonias não tinham vez.
Eu sempre fui multidão de pensamentos
no meu cais não vi tormentos
e naveguei mais uma vez.
Toquei o sol, no tão grande devaneio
quando acordei em cheio,
lamentei e suspirei.
Nessa intensidade de buscas
Segurei-me forte, desafiando a sorte
e não recuei.
E assim que sou: de sentimentos profundos,
desses que mudam os mundos criando uma nova canção.
Por isso hoje me ilumino, com clareza me defino:
sou mesmo imensidão.

Nathália Monte

14 abril 2010

Cautela

Eu viverei um dia de cada vez.
sem ansiedade na mente
persistindo, sem medo
eu caminharei novamente

revigorando no sangue as forças
meus sonhos vou resgatar
eu navegarei novamente
hoje não há pressa de chegar

meu veleiro é frágil
vento nem precisa ser forte pra romper
por isso terei cautela
pra meu veleiro não perecer.



Nathália Monte

02 abril 2010

Leitores

Encontramo-nos cercados
Por uma multidão de
Vozes impressas.

Contam-nos sobre amores imortais
Sobre valores irreais
Sobre coisas de mui longe.

E de tão perto.

Tão perto do que nosso coração anseia
Porque mesmo longe, somos iguais
E no fundo, só queremos
O que lemos:
Amores imortais
Valores irreais.
Yurii Araujo

Poema da pós-modernidade

Eu tenho medo dessa vida ligeira
que de tão apressada
causa alvoroço e canseira
essa, nada pacata
corrida, mal vivida, agitada
faz com que se perca a estribeira.
Feroz, está quase arruinada
acelera a cada passo mal dado
e correndo, o homem grita afobado:
não tenho tempo pra mais nada!


Nathália Monte