12 julho 2010

Indagação

Mas, afinal, o que é sorte?
sentir na pele suave vento
sentado à margem do mar sereno
despreocupado sem ver o tempo?

Reclinar a cabeça num ombro amigo
chorando as mágoas de um amor antigo
e do confidente ouvir:
estou contigo!?

sorrir à toa,
pagar credores,
voar sem asas
ou viver sem dores?

sorte é destino.
Se escreve ou é escrito?
só pode ser dito:
é cruel realidade ou doce desatino.


Nathália Monte

Auto-julgamento

Sou réu sem fim,
ai de mim!
que nos destroços
desenterrei coisas ruins,
ai de mim!

e nesse embaraço,
coração de aço transformou-se em carne
e sentiu o peso de ser mau assim
ai de mim!

a alma vertida em lágrimas,
pelo medo intenso de ser esse o fim.
Anseio de mudança é insuficiente,
ai de mim!

e se a dor aguda me perfura assim:
réu assumido, sem contestação
ai de mim!


Nathália Monte

Fênix

Como o fel trincado entre os dentes
Escorrendo por entre os dedos
Nos pântanos sombrios
Dos meus sonhos insanos.

Como algo que corrói a alma;
Não aspire tal sentimento,ó,ego!
Estilhaçando agora,em pedaços,amiúde.
Em cinzas ressurgindo.

Sem fôlego,sem forças,sem mim.
Apenas tentando juntar o que restou
De uma dor,de um quase amor.

Estilhaçando agora,em pedaços,amiúde.
Juntando os pedaços,ressurjo.
Melhor que ontem,pior que amanhã.


Yhanndra Karine