21 maio 2011

Soneto clamando sinceridade

À você, mestre das palavras bonitas
sua demagogia barata, bem se vê
esse discurso forçado não convence
chega até a ser cômico pra quem o lê

Essa roupa decente esconde o coração doente
de quem acredita mesmo estar tão bem!
É lamentável essa atuação
dela você não ganhará vintém

Se despir enquanto é tempo (é a solução)
desse traje imundo
que cobre o coração

Mestre do finjimento, lance tudo fora,
sua arte não dá prazer,
purifica tua alma, agora.



Nathália Monte

20 maio 2011

Talvez

talvez eu seja um mau poeta, um mau contista, um mau vivente.
talvez eu seja um mau aluno, um mau colega, um mau crente.
talvez eu seja, talvez não.

talvez a mesa esteja posta pro almoço.
talvez o mundo seja o poço do desgosto.
talvez a faca escorregue no pescoço.
talvez sangre.

talvez chova ou faço sol.
talvez o peixe morda o anzol.
talvez já tenham desistido de me ler.
talvez enfim ele desista de viver.

talvez tome coragem, seja forte.
talvez vá adiante e se enforque.
talvez ao ver ninguém se importe.

talvez o mundo acabe amanhã
e as decisões se adiem para sempre.





Yurii Araujo

14 maio 2011

Desejo

Eu quero um poema pra explodir o mundo de emoção e amor,
um verso pra embalar o sonho de um sonhador,
uma rima pra encantar aquele que se entristeceu
que sirva até de alimento pra quem não comeu.

Poesia pra atingir certeiro, iluminar a estrada de um viajante,
pra retirar angústia, incendiar o peito ao lê-la num instante.
Usar palavras certas, fortes ou discretas pra comover a gente.
Pra fazer sentir tudo que está aqui, tão firme, intenso e quente.

Eu quero escrever com a alma
pra penetrar no coração do povo.
Se tudo isso se concretizar,
a cada escrito meu, eu nascerei de novo.

Nathália Monte

10 maio 2011

Cultiva!

Rega meus versos enterrados aqui dentro,
sim, rega com tuas lágrimas
e essa semente de sonhos intensos florescerá.

Rega, eu te peço, rogo!
tua água dos olhos evocará os mais doces pensamentos.

Eles foram reprimidos,
oprimidos pela vida cotidiana
superficial, sem paixão.

Cultiva-os, eu imploro,
e eles, com graça, se externarão.


Nathália Monte