30 junho 2011

Tudo

Mas é a alma que dói
pelo pesar de tudo que pesa
e pelo passar de tudo que passa
e a constância da vida comum
que como um
rio
se suja e se apressa
enquanto passa.

Mas é a alma que dói
pelo sonho de tudo que sonha
e pelo que sonha todos os sonhos
e a constância da vida comum
que como o
sono
se mata e se perde
enquanto se tem.

Mas é a alma que dói
pela força de tudo que força
e pelo toque de tudo que toca
e pelo medo de tudo que teme
e por tudo
tudo
que tem no mundo.

Mas é a alma que dói.

Yurii Araujo

2 comentários:

luciano disse...

excelente, muito bom mesmo, parabéns.

Nathália Monte disse...

Pra mim, um dos mais profundos, senão o mais profundo de todos que eu já vi tu postar aqui.