27 junho 2010

Indagações físicas

Sou um pássaro cativo,
desfrutando uma tal liberdade
que já não sei...

De fato, a matéria é cativa,
todavia o espírito é livre.
A alma espera o descanso
que ao findar o corpo a dará.

Alguém libertou minh'alma!
Sangue foi derramado,
mas a matéria,quem a libertará?

Yhanndra Karine

Angústia

Sobreveio-me uma profunda tristeza,
Uma angústia que parece não findar!
Peço a Ti,
a Ti somente: não me deixe assim ficar.

Essa angústia que toma a mim,
as lágrimas caem,meu Deus,
Ai de mim!

Meu coração inflamado
E o meu peito dói agudo,
E sangrando,chora.

Vozes insuportáveis ao redor
Eu quero ouvir a tua canção,
No silêncio te ouço e clamo: Perdão!

Não me roubes a noitinha,
sem Ti só há o vazio,
a solidão,a dor,tristeza e frio...

Yhanndra Karine

24 junho 2010

Pobre imortal

A miséria e a dor,
a tristeza e o caos.
Os olhos famintos de uma criança,
violência,desamor,esta terra em chamas.
Sentimento de impotência diante da lama.

Do vasto imortal,belo e miserável.
Onde tudo começou já não é mais o mesmo...

Mas árvore que não se orgulha de sua terra é infrutífera,
pois mesmo jogados ao descaso,
e condenados a dor,
O escape vem do alto,vem deste céu azul.

Sou guerreira e vou vencer,
pois me orgulho deste chão,
Pernambuco,imortal,imortal!

Yhanndra Karine

Alguém que está longe...

Para Clara

Impossível olhar a imensidão
Do Mar Azul Profundo
E não lembrar, com paixão
Dela, a quem ama o Mundo.

Sorriso reluzente
Que ameniza a saudade;
E mesmo tão ausente
Acalenta a ansiedade.

Por onde quer que vás,
Onde quer que chegues,
Deixarás amores tais,
Agarrados em tuas redes.

De nós, que te amamos,
Foi-te entregue isto:
As lembranças de muitos anos,
E o apoio de teu Capricho.

Eu, mesmo muitas vezes controverso,
Dou-te com sublime sentimento
Este pequenino verso;
Que a ti
será dito
pelo Vento...

22 junho 2010

Sono

Olhos entreabertos
coluna encurvada, cansaço!
até disposição de aço enferruja...

o rosto amassado
um bocejo demorado, um enfado
que só cessa depois do descanso

a mente lenta, um bagaço!
na silenciosa união do corpo com a cama,
fez-se um laço.



Nathália Monte

10 junho 2010

DisSabor

Amargo doce
do fel extraído
escorre da boca
pro peito ferido

Veneno doce
que inflamou a ferida
o coração repudia
ruim doce da vida

quem  provou teu disSabor,
jamais esquece.
E o verdadeiro doce
reconhece.



Nathália Monte